Páginas

O que eu queria

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pare e pense em quantos sonhos você já realizou e nem se deu conta. Tente lembrar de você na infância. Quando perguntavam o que você queria para o futuro, o que respondia? Ou melhor, o que você imaginava, mas não contava pra ninguém?

Acho que a primeira coisa que eu quis de verdade foi aprender a ler. Depois, andar de bicicleta sem rodinhas. E aí foi indo. Eu queria escolher minhas próprias roupas. Mudar para uma escola maior e ter amigos de verdade ao invés pessoas que eu conversava quase que por obrigação. Apresentar um trabalho sem gaguejar. Aprender a tocar violão. Dizer adeus ao balé, a professora rígida e todas aquelas meninas esqueléticas. Eu queria muito entrar numa escola de dança mais legal, onde todo mundo fizesse aquilo por puro prazer. Queria dançar minhas músicas preferidas e não a sinfonia de alguém que pode ser super importante para a história da música, mas que pra mim não representa nem significa nada.

Eu via nos filmes aquelas histórias de amor e me perguntava se um dia viveria uma. Via os personagens fazendo malas e largando tudo que antes era de extrema importância por algo tão incerto. Eu queria ter essa coragem que parecia nem existir no mundo real.

Não eram metas, nem planos para o futuro. Não escrevi em nenhuma lista de desejos. Não ficava sonhando acordada ~com um futuro melhor~. Eu apenas queria. E, sem perceber, as coisas foram acontecendo, cada qual em seu tempo.

Mas é claro que, quando me perguntavam, eu não respondia nada disso. Acho que é porque tudo parecia tão impossível que eu até tinha vergonha. E é por isso que não respondo o que eu quero hoje. Minha mãe vive dizendo que quando se quer muito alguma coisa não pode sair contando pra todo mundo que estraga, e nada dá certo. A gente tem que falar para sí mesmo. Porque, pensando bem, só nós mesmos temos o poder de fazer acontecer.


ps: escrevi esse texto ouvindo essa música