Acordei de mau humor, como sempre. Afastei a manta
cor de rosa e tomei coragem para sair da cama. Levantei, abri a gaveta
da penteadeira e peguei uma tiara para prender o cabelo que estava
escondendo meu rosto. Fui até o banheiro, lavei meu rosto com a água
gelada e finalmente me olhei no espelho. Estava com uma cara de cansada
indescritível, mas o que chamou minha atenção foi o que estava na minha
cabeça: a tiara.
Aquela tiara era de alguém que eu costumava chamar
de melhor amiga e que hoje nem fala mais comigo. Foi então que comecei a
pensar em tudo que tinha acontecido. 21 de abril. Aquela não era só um
feriado, não para mim. Aquela data significava frio na barriga, muita
esperança, ilusões, covardia, fraqueza, arrependimento e o término de
uma amizade de anos. Fiquei com frio na barriga quando soube que ele
gostava de mim. Criei esperanças e me iludi, achando que ia dar certo e
que seria perfeito. Mas fui covarde e fraca porque mesmo sabendo que
você ia ficar magoada, fiz o que horas depois já tinha me arrependido. E
foi assim que tudo o que nós construímos em tanto tempo se transformou
em indiretas e em uma música feita num momento de desespero.
Você ainda não me perdoou e eu te entendo
perfeitamente. Apenas quero que saiba que, se algum dia sua raiva
passar, eu estarei aqui. Vou estar esperando você mandar uma mensagem
dizendo o quanto a temporada de Gossip Girl está perfeita ou perguntando
se seu sapato está aqui em casa. Vou estar esperando você me chamar
daqueles apelidos de sempre e dizer que assim como eu, também está
perdidamente apaixonada por One Direction.
Enquanto isso não acontece, eu uso a única
lembrança sua que tenho comigo. Eu uso essa tiara desbotada e tento
fazer de conta que nossa amizade ainda é a mesma desde o dia em que você me deu ela.
nota: escrevi esse texto em junho de 2012. daquele tempo pra cá, muita coisa mudou. pra melhor :)
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