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Enquanto você não liga

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fecho os olhos, mas não sinto você junto a mim como da última vez. Estava muito mais frio, mas eu não sentia nada além de felicidade. Agora, mesmo com quatro cobertores eu continuo tremendo. Pego mais dois. Não adianta. Eu já deveria saber que essa não é a forma correta de se aquecer um coração.

A gente estava bem, não estava? Quer dizer, tudo estava dando certo. Eu e você nunca tinha feito tanto sentido. Mas em uma fração de segundo, aconteceu. E mudou tudo. Pelo menos é o que eu acho agora. Mas como posso ter certeza de alguma coisa se eu me recusei a ver sua reação?

Eu virei as costas e saí andando
Mas você nem foi atrás
Eu passei a noite acordada pensando
Desse jeito eu não quero mais

Tento fazer poesia com a nossa história. Tento tirar o que está dentro de mim. Eu poderia gritar, porque aqui não existe nenhuma lei do silêncio depois das 10. Eu poderia fazer uma bagunça, porque minha mãe não está aqui pra achar ruim. Eu poderia me encher de pizza, porque aqueles sete pedaços e meio são só pra mim. Mas prefiro manter o lugar em silêncio e em ordem porque já bastam as vozes que ouço e a bagunça que se encontra na minha mente. E qualquer tentativa de preencher esse vazio será frustrante.

Não sou de fazer doce, mas você me obriga
Tento não pensar, mas as horas passam devagar
Enquanto você não me liga

Já é de manhã, mas não tem cheiro de banho nem de café. Não saí da cama, mas me sinto cansada. Cansada de esperar uma resposta que eu sei que não vai vir do nada. Eu só tenho certeza de que não acabou, porque você ainda está com uma parte de mim. Preciso ouvir sua voz pra saber o que está acontecendo. Ou então pra pegar de uma vez essa outra parte.

Vou te ligar.


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