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Ganhamos o mundo ♥ 30 DWC 1 - uma viagem que tenha feito

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014


No final de 2012, conheci a Laura. Em agosto de 2013, conheci o musical Tudo Por Um Pop Star. Em setembro, conhecemos a Larissa. E foi assim que juntas, porém cada uma em sua cidade, fomos ficando cada vez mais viciadas nas músicas, nos diálogos marcantes e no elenco todo.
A temporada em São Paulo acabou e eu tive certeza de que nunca mais veria todos juntos, me fazendo sentir aquela emoção e alegria de toda vez. Foi difícil, mas eu me conformei. Toda vez que ouvia uma música ou olhava pras fotos sentia minha garganta dar um nó. Até tomar café era difícil, porque eu insistia em usar a caneca dos Slavas.
As datas em Curitiba foram anunciadas. 2 e 3 de novembro. Grande coisa. Eu sabia que não iria. 
Mas não sei como ou quando, comecei a pensar melhor. Fiz cálculos, listas, planos, promessas. E não é que deu certo?
Comprei as passagens uma semana antes. Mas a ficha só caiu quando compramos os dois pares de ingressos para as duas sessões do musical, na primeira fila. Algo mais incrível que isso? Fizemos reserva em um hotel a menos de cinquenta metros do hotel onde o elenco todo ficaria.
Nem consegui dormir na noite anterior. Passei as seis horas de viagem tentando compensar a falta de sono, mas a ansiedade não deixava. Em uma parada, encontrei duas meninas que também são de São Paulo e estavam indo pra Curitiba pra ver o musical. Eu conhecia elas de vista, mas nunca tinha conversado. A Laura me avisou que já tinha chegado em Curitiba quando eu ainda estava na estrada, no meio do nada. Só uns vinte minutos depois comecei a ver sinais de civilização. E então não demorou muito pra chegar na rodoviária e ver ela me esperando na plataforma.
Almoçamos no shopping e fomos de ônibus (tão diferente dos de SP!) até o hotel. Deixamos nossas coisas lá e resolvemos dar uma voltinha na praça. Conhecemos uma igreja e o pátio de um colégio tradicional bem bonito. Passamos pelo hotel deles e perguntamos para os caras da recepção se "o elenco de um musical que estava hospedado lá" já tinha saído. Eles disseram que sim. Decidimos voltar pro nosso hotel então, já estava quase na hora do lanchinho que ia ser servido haha. Mas.... vimos uma van estacionada. A Laura chegou perto pra ver e viu uma plaquinha com o logo do musical. Nem acreditamos. E cara de pau do jeito que somos, fomos falar com o motorista que estava sozinho. Ele disse que tinha levado o elenco pro teatro e tinha voltado pra pegar "o músico que faltava". Imaginamos que fosse, sei lá, o baterista. Mas quando perguntamos se ele sabia o nome, ele pegou um papel e leu: Arthur Aguiar. Sim, o Arthur estava no hotel e ia descer em pouco tempo. Ficamos conversando com o motorista, que se chama José e já transportou uma série de artistas. Era engraçado o jeito que ele contava com a maior naturalidade do mundo suas histórias com a Claudia Leitte e companhia. Ele também queria saber do musical e quem eram eles, quem era o Arthur. Ele nem sabia que existia Rebelde brasileiro. Nossas risadas fizeram o tempo passar rápido. Então o Arthur chegou e falou com a gente. Tiramos foto e pegamos autógrafo. Muito lindo ele falando "Anita com dois N's ou com dois T's igual a Anitta? Você gosta da Anitta? Eu conheci ela, ela é tão legal" hahaha. Ele entrou na van e nós demos um até logo e um muito obrigada. Pro Arthur e por nosso novo amigo José, claro.
Depois do lanche, pedimos um taxi e fomos pro teatro. Câmera, caderninho com o código e senha do ingresso, o programa do musical (que eu comprei no último dia da peça em SP), o livro da Thalita e os presentinhos pra Larissa. O teatro não era longe do hotel não. Retiramos os ingressos na bilheteria e fomos dar uma volta. E foi nessa volta que descobrimos que a porta que dava pro palco, onde eles estavam ensaiando naquele momento, estava a-ber-ta. Não consigo explicar o que senti naquele momento. Eles estavam lá, passando o som da música final, que é minha preferida e que sempre me deixa feliz até quando ouço em algum vídeo. Eles estavam lá, de um jeito que eu nunca os tinha visto e nunca tinha imaginado que um dia os veria. Eles estavam lá, sem conseguir nos ver, porque estávamos meio que escondidas. Eles estavam lá, e só isso já me fazia querer gritar de felicidade.
Fechamos a porta rápido. Na verdade, um cara disse que não podia assistir e mandou a gente ir embora. Pois é. Eu poderia omitir essa parte, né? Mas olha só como eu conto tudo na íntegra. Haha.
Encontramos as meninas de SP e ficamos conversando até dar a hora de entrar. Era difícil de acreditar que a gente estava mesmo ali. Ah, e quando o produtor deles nos viu e ficou tão feliz que resolveu tirar um monte de fotos? "Galera de São Paulo representando" hahaha.
Entramos. Achamos nosso lugar e sentamos -mas antes procuramos a bolsa da Larissa pra ver se estava lá mesmo hahaha. Assistimos o vídeo que passa antes e logo quando a foto apareceu já começamos a gritar. "Baseado no livro de Thalita Rebouças..." aquela voz era tão familiar. Mas logo quando as luzes apagaram ouvimos as vozes que realmente queríamos ouvir.
Cantamos todas as músicas. Rimos. Choramos. Gritamos as nossas falas preferidas. Berramos, pra falar a verdade. Que saudade que a gente estava daquele musical! E como eles conseguem sempre surpreender a gente! Acho que é essa a diferença que me faz gostar muito mais de teatro do que de cinema.
Na saída, esperamos um pouco e logo o elenco chegou pra falar com a gente. Quando a Larissa abriu a porta, a Laura saiu correndo pra abraçar ela e começou a falar sem parar hahaha. Ficamos conversando (a gente mais falava do que deixava a Lari falar, mas ok hahaha) e matando saudade <3
Na hora de voltar pro hotel, conhecemos uma menina mais ou menos da nossa idade que estava com a mãe. Elas são do RJ e além de Curitiba tinham ido ver o musical em São Paulo. Dividimos o taxi e fomos juntas pro hotel do elenco. A Gabi estava lá falando com as outras meninas que como tinham ido de carro chegaram mais cedo do que a gente. Depois de um tempo com a Gabi eu e a Laura voltamos pro nosso hotel, tomamos banho e fomos dormir.
Acordamos com o despertador, nos arrumamos e fomos tomar café. E que café <3. Não sei se é normal, mas eu sempre acordo com muita fome haha. E as opções de café da manhã de hotel são sempre infinitas. Como não tinha nenhuma mesa para duas pessoas vazias, sentamos com um garoto que estava sozinho. Ele, assim como o taxista e mais um monte de gente, perguntou para nós se estávamos lá pra fazer a prova da Federal de Curitiba. Explicamos que na verdade era por causa de um musical, e depois também conversamos sobre ENEM, cursinho, colégio, nossas cidades... É tão legal encontrar gente que também gosta de conversar sem parar hahaha.
Depois do café nós subimos e, enquanto eu escova os dentes, a Laura estava brisando olhando a janela. De repente ela grita "ANITA, não são eles alí???" E eram! Hahaha. Chris, Thati, Rosana, Tony, Igor e Raphael. Descemos rápido e fomos pra feirinha onde eles também tavam indo. Mas achamos que ia ser muito sem noção ir atrás deles lá, então demos uma volta e depois voltamos pro nosso hotel. Como sou rápida com organização (bjs), minhas coisas já estavam arrumadas, mas as da Laura... Hahaha. Depois de um século (brincadeira) a gente deixou as malas no hotel, fez check out e fomos "aproveitar o dia em Curitiba" hahaha.
Viramos a esquina e vimos que já tinham várias fãs do Arthur lá esperando por ele na frente do hotel. Logo as nossas amigas de SP chegaram e ficamos na pracinha tocando violão. Então a Larissa desceu <3 e ficamos um tempão conversando. Depois todos eles chegaram e subiram pra pegar as coisas e entrar na van - eles iam almoçar e depois pro lançamento do novo livro da Thalita. Thati e seu sotaque foto "Chrixxx, cadê o carrrtão?" hahaha.
Quando eles foram embora, era a nossa hora de decidir como seria nosso dia. Conhecemos a Eloísa, de Santa Catarina, que também tinha ido pra lá por causa do musical e queria passear por Curitiba. Pegamos um ônibus chamado Jardineira, que você paga um único valor e pode ir com ele para 5 pontos turísticos da cidade. Sentamos na parte de cima, que é aberta e dá pra sentir, literalmente, a sensação de liberdade que o vento nos cabelos traz hahaha. Fomos ao Jardim Botânico, almoçamos em um parque, depois no Bosque do Alemão onde fizemos o caminho da história do João e Maria e por último na Ópera de Arame. Tinha muito turista por toda parte, e ouvir línguas e sotaques diferentes é tão legal! No final da tarde a Eloísa tinha que ir embora, então ela usou o último tíquete dela pra ir pra rodoviária e nós pegamos um táxi da Ópera de Arame até o teatro. Mas é óbvio que o táxi demorou um século. Ficamos num café/lojinha conversando enquanto esperávamos.
Chegamos no teatro, encontramos as meninas e novamente vimos o musical. Só que com uma dorzinha de saber que aquela seria a última vez. Chorei mais do que o normal. Mas também fiz o máximo pra aproveitar cada segundo, assim como o tempo que ficamos falando com a Lari na saída. O último que entrou foi o Chris, e eu fiz questão de abraçar ele bem forte. Abraços do Chris são meio que inesquecíveis.
Ficamos mais um século esperando o táxi que o porteiro do teatro chamou a gente, bastante preocupadas porque nossa passagem de volta já estava comprada e o tempo para passar na hotel, pegar a mala e ir pra rodoviária era curto. Mas por sorte deu tudo certo e até sobrou tempo. O taxista também chamava José hahaha e teve ter nos achado as meninas mais loucas do mundo.
O ônibus da Laura saiu quinze minutos antes do meu. Foi a segunda vez que tivemos que nos despedir.
É engraçado ver nossas mensagens dos dias antes de tudo acontecer. "não podemos esquecer de perguntar isso" "me lembra de falar isso" "vamos chegar lá tal hora"... a gente tinha um script na cabeça. Mas aconteceu tanta coisa inesperada, tanta coisa incrível. Parando pra pensar até me assusta. Como foi que a gente voltou pro hotel exatamente na hora que a van estava estacionada? E se a gente não tivesse ido até o outro lado do teatro, nunca íamos ver que aquela porta estava aberta. E se a gente tivesse tomado café um pouco mais tarde não teríamos visto eles de manhã. E se eu não ido falar com a Larissa pela primeira vez em São Paulo?? Cada detalhe fez toda a diferença.
Não sei se foi sorte, destino, ou resultado das inúmeras "vibrações da Babete". O fato é que as 34 horas horas nessa cidade me fizeram ver que a vida é realmente maravilhosa.

Algumas coisas, por mais impossíveis que pareçam, a gente sabe,
bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo.
Caio Fernando Abreu